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Do nosso blog

sambaqui, ou amontoado de conchas em meio a uma floresta

Os sambaquis no litoral do Paraná

Comunidades que habitaram o litoral paranaense há cerca de 10 mil anos, deixaram parte de suas histórias guardadas em pelo menos 340 sambaquis, sítios arqueológicos formados por cascas de moluscos, que estão espalhados por todos os municípios da região. Mais do que um simples amontoado de conchas, tais estruturas ajudam a contar como foi a evolução do estado por meio da moradia, da alimentação e dos rituais religiosos de nossos antecessores.

 

As grandes montanhas – algumas passam dos 30 metros de altura – localizadas próximas aos rios e às baías logo chamaram a atenção dos europeus no período de colonização, durante o século 16. A curiosidade estendeu-se até meados do século 20, quando foram realizados os primeiros estudos de especialistas. As dúvidas eram referentes à formação natural dos sambaquis ou se eles foram criados pelas próprias comunidades, que utilizaram os restos dos alimentos que vinham das águas. “A criação pode não ter sido intencional, mas facilitou muito a vida dos habitantes. A elevação do sambaqui era estratégica para a visualização do inimigo, possibilitava a ventilação e afastava os insetos”, afirma a técnica do setor de arqueologia do Instituto do Patri­mônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Paraná, Alessandra Spitz.

“Temos muito o que aprender com a relação entre a natureza e as populações, que exploravam os recursos, sem destruí-los. A organização social dos grupos também mostra poucos registros de violência, além do respeito às mulheres e às crianças”, pontua a arqueóloga Cláudia Inês Parellada.

Para o arqueólogo da Universidade Federal do Paraná, Igor Chmyz, a relação com a natureza também é um dos principais pontos de destaque das populações que habitavam os sambaquis. “As comunidades são uma riquíssima mostra de como o ser humano reagiu ao ambiente em que vivia e como tinha tecnologia, organização para isso”. Ele caracteriza os sítios como uma espécie de bibliotecas. “São repositórios de dados e os sambaquis são os únicos exemplares da história”, define.

Serviço:

A prefeitura de Pontal do Paraná realiza roteiros para o sambaqui de Guaraguaçu. As visitas podem ser agendadas pelo telefone (41) 3975-3102.

Carolina Gabardo Belo, especial para a Gazeta do Povo

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